Com sete dias de shows e oficinas abertas ao público, Festival de música instrumental insere Niterói no circuito internacional de música instrumental
No ritmo do jazz, do soul e do bandolim, Niterói se prepara para receber, a partir de hoje, segunda-feira, 18 de setembro de 2006, mais uma edição de um dos maiores eventos de música instrumental do país, o Niterói Musifest. Na programação, músicos como
Mazinho Ventura,
Sérgio Chiavazolli e
Toninho Horta. Serão sete dias de shows e oficinas abertas ao público, ministradas por músicos niteroienses e convidados.
O Niterói Musifest tem como objetivo inserir Niterói no circuito internacional de música instrumental e apresentar ao próprio niteroiense o que sua terra produz. Para o músico
Arthur Maia, idealizador do evento, essa iniciativa não tem altos custos mas o resultado é incalculável.
"Temos um orçamento simples. O investimento é na formação de opinião, na formação de cabeças. Quem vai à oficina, sai com o ânimo renovado. Festivais como esse ajudam a elevar o nível cultural e musical da cidade, diz Maia.
O evento reuniu, na última edição, cerca de 15 mil pessoas entre shows e oficinas, mas a expectativa para este ano é maior. "Ano passado tivemos um público um pouco menor do que esperávamos. Nesta 3ª edição, nossos cursos já estão lotados e esperamos receber 20 mil", anima-se o músico.
Apesar dos nomes internacionais na programação do Musifest, predominam os artistas do município. Para Arthur Maia, isso mostra a quantidade de artistas nascidos ou radicados na cidade, que receberão sempre um convidado especial.
"Niterói tem bons músicos, mas poucos lugares para se trabalhar. Isto é uma das coisas que iremos discutir nos workshops. Nossa cidade é rica nesta formação, mas temos que unir forças para conseguir melhorias", lembra o músico, acrescentando.
"O Musifest serve também para mudar a ideia que muita gente tem dos artistas. Nem 10% das pessoas sabem, na realidade, como é difícil ser músico. A música e a arte não foram feitas apenas para entreter, mas sim, para pensar e ajudar a mudar a nossa sociedade", alerta.
Show de abertura
Os shows acontecerão no Theatro Municipal, no Campo de São Bento e no Museu de Arte Contemporânea. O primeiro acontece hoje, às 20h, no Theatro Municipal, onde o tecladista e acordeonista
Marcos Nimrichter faz o papel de cicerone, recebendo o guitarrista
Ricardo Silveira, um dos mais respeitados do País, com participações de Arthur Maia (baixo), Rafael Barata (bateria) e Caio Márcio (violão).
Para o encerramento estão escalados
Paulinho Guitarra e
Ed Motta, que prometem animar o público num palco montado no MAC. As oficinas, também gratuitas, acontecerão à tarde e são agrupadas por categorias de instrumentos, como baixo, guitarra, bateria, piano, sax e percussão.
"Teremos todos os estilos, do chorinho tradicional à habilidade do guitarrista americano. O festival é brasileiro e eclético. Uma mistura, uma troca de informações", define Arthur Maia.
Profissionalismo acima de tudo
O 3º Niterói Musifest tem a direção do músico Arthur Maia, idealizador do projeto e um dos mais aclamados baixistas brasileiros. Segundo Arthur, o Musifest é uma ideia antiga que, apenas em 2004, conseguiu ser concretizada:
"Já havia apresentado esse projeto há uns oito anos, mas nunca tinha conseguido o apoio necessário para realizá-lo. Foi só em 2004, após uma conversa com o então secretário de cultura, Marcos Gomes, é que conseguiu viabilizar o festival", diz o baixista.
Sem fins lucrativos, o Musifest tem cerca de 80 profissionais envolvidos, entre músicos, técnicos e organizadores. A verba, em torno de R$ 250 mil, vem do Fundo Nacional de Cultura. O festival também conta com apoio da Prefeitura de Niterói e de patrocinadores.
"Tudo é feito de forma profissional, com músicos e outros profissionais devidamente remunerados. É preciso acabar com a informalidade na música. Inclusive, uma das preocupações do Musifest também é a de conscientizar os músicos sobre a importância de se trabalhar documentado, com contrato assinado, recibo, etc. Para isso, vamos contar com uma palestra de representantes do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindmusi), no dia 21, quando apresento minha masterclass", completa Arthur Maia.
Confira a programação
Terça-feira, 19 de setembro de 2006
Marcos Nimrichter e Ricardo Silveira
Theatro Municipal de Niterói, às 20h
Quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Márcio Bahia e Hamilton de Holanda
Theatro Municipal de Niterói, às 20h
Quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Mazinho Ventura e Marcos Valle
Theatro Municipal de Niterói, às 20h
Sexta-feira, 22 de setembro de 2006
Tino Júnior, JT Meirelles e Copa Cinco
Theatro Municipal de Niterói, às 20h
Sábado, 23 de setembro de 2006
Bob Nagy, Sérgio Chiavazolli, Rogério Souza, Ronaldo do Bandolim e Toninho Horta
Campo de São Bento, às 16h
Domingo, 24 de setembro de 2006
Paulinho Guitarra e Ed Motta
Museu de Arte Contemporânea (MAC), às 18h
Oficinas
Mais de 300 pessoas tentaram se inscrever, mas somente 180 alunos poderão ter aulas diárias, das 15 às 17h, até o dia 22, no Centro Educacional de Niterói (CEN), no Centro da cidade. Entre os professores, grandes nomes da música instrumental brasileira, como o baterista Pascoal Meirelles, cujas aulas são as únicas que acontecem das 12 às 14h.
Entre os niteroienses, o guitarrista Paulinho Guitarra e o saxofonista Marcelo Martins também pretendem passar aos seus alunos um pouco da experiência adquirida na carreira. Confira abaixo a agenda das oficinas e a lista completa de professores:
Percussão
19/09 - Gustavo Di Dalva
20/09 - Jose Ezquerdo
21 e 22/09 - Jorginho
Saxofone
19 e 20/09 - J.T. Meirelles
21 e 22/09 - Marcelo Martins
Baixo
19/09 - Fabrício de Souza
19 e 20/09 - Francisco Falcon
21 e 22/09 - Thiago do Espírito Santo
Bateria
19 e 20/09 - Pascoal Meirelles
21 e 22/09 - Renato Massa
Piano
19 e 22/09 - Marvio Ciribelli
20 e 21/09 - Paulo Calazans
Guitarra
19 e 22/09 - Paulinho Guitarra
20 e 21/09 - Torquato Mariano
Masterclass e palestra
21/09 - Arthur Maia e Sindmusi (17h)
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